UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO
DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO
DE HISTÓRIA LICENCIATURA A DISTÂNCIA
VISITA
MONITORADA À CIDADE DE LARANJEIRAS
Juliane
Lísias de Andrade Amaral - 201020018659
Graduanda
em Licenciatura em História/UFS/UAB
A
Universidade Federal de Sergipe (UFS), ao ceder de forma legal trabalhos extras
sala de aula aos coordenadores, nos permitiu, no dia 27 de outubro de 2012, a
oportunidade de realizarmos uma visita à cidade de Laranjeiras, município de
Sergipe, localizado a 18 km da capital Aracaju. Visita essa monitorada pelo
coordenador da disciplina Temas de História de Sergipe II, o Professor Dr.
Antônio Lindvaldo Sousa, que, em consonância com as tutoras Andreza da
Conceição Costa, Caroline Assunção e Rita Leoser da Silva Andrade, nos concedeu
a oportunidade de alargamento do nosso conhecimento histórico e social da
história do nosso povo, das nossas gerações pretéritas, gerando incentivo para
a compreensão do papel da cidade de Laranjeiras enquanto núcleo de povoamento
no período da colonização e processo de desenvolvimento da província de Sergipe
na fase de produção do açúcar no século XIX. Tal projeto tem por título: Laranjeiras - núcleo de povoamento da
região da Cotinguiba produtora da cana-de-açúcar. Participaram desta aula
pública alunos dos polos de Arauá,
Carira, Colônia Treze, Brejo Grande, Japaratuba, Porto da Folha, Nossa Senhora
das Dores, Nossa Senhora da Glória, Estância, Poço Verde, Areia Branca,
Propriá, Laranjeiras e São Domingos.
Imagem 1 – Parte do grupo que participou, de maneira efetiva, desta aula
pública.
Fonte: Grupo História de Sergipe, através do Facebook do Professor
Coordenador Antônio Lindvaldo.
Pesquisa
pública
Laranjeiras localiza-se
a uma latitude10º48'23" sul e a uma
longitude 37º10'12" oeste, estando a uma altitude de 9
metros. Sua população estimada, segundo o censo 2010, era de aproximadamente
29.000 habitantes. Possui uma área de 163,4 km². O mesmo município é um dos
poucos onde ainda se pode ver a força da arquitetura colonial. Ruas,
casarios, igrejas, tudo respira a mais pura história. Laranjeiras
já foi uma das mais importantes cidades sergipana. Berço da cultura,
educação, política e economia. Por pouco ela não se tornou capital do Estado.
A aula pública foi justamente para rememorar
a importância desta cidade e de
sua história, confrontando a Laranjeiras do auge da cana de açúcar, a
Laranjeiras do anos 70 (onde ocorreu a primeira revitalização de peso, sendo
esta concedida pelo ministro Jarbas Passarinho) e a Laranjeiras atual.
Imagem 2 – Mapa da cidade de Laranjeiras.
Fonte: Google mapas.
Iniciamos nossa aula com uma breve explanação
dos principais apectos a serem discutidos no decorrer do dia. Fomos
recepcionados pelo nosso Coordenador e tutoras (já citados), onde participamos
de uma seleção de ênfase de área, ou seja, fomos divididos em grupo que se
deslocariam até o local escolhido via sorteio, e que, de forma mais consisa,
nos deteríamos a tal área. A cargo da sorte, ficamos incubidos de fazer menção
ao rio Cotinguiba.
Imagem 3 – Da esquerda para a direita: início da aula nas escadarias da
Igreja Matriz; Mercado Municipal; resquícios de um trapiche e o centro
comercial da cidade.
Fonte: acervo particular.
Entedemos como estratégica as posições geográficas de cada
igreja ou monumento na cidade. A Igreja do Retiro (1701), Igreja de Nossa
Senhora da Conceição da Comandaroba (1731), Igreja de
Nossa Senhora dos Homens Pardos, Igreja de
São Benedito, Igreja Bom Jesus dos Navegantes, Igreja da Sant’Aninha (1875),
Igreja Presbiteriana, a Ponte Nova ou qualquer outro monumento da mesma,
compõem o lindo cenário que a fez ser reconhecida como a Atenas Sergipana.
Diferentemente de São Cristõvão, que fica no alto, Laranjeiras foi nascendo às
margens do rio Cotinguiba, determinando ter nascido para o comércio.
Rio Cotinguiba
As boas condições climáticas, o solo massapê e o rio
Cotinguiba foram fatores determinantes para o auge da cidade de Laranjeiras. Podemos
compará-lo a importância que teve o rio Nilo ao Egito, contudo, ainda que de
forma distinta. Ele é um rio brasileiro que banha o Estado de Sergipe,
nascendo na divisa dos municípios de Areia Branca e Laranjeiras, desembocando
no rio Sergipe, possuindo em torno de 50km de extensão.
Imagem 4 – Rio Cotinguiba
Fonte: acervo particular.
“Depois que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram as
nações indígenas, por volta de 1530, muitos colonos acabaram se fixando às
margens do rio Cotinguiba. Essas terras pertenciam à Freguesia de Socorro.
Naquela região, mais ou menos uma légua da sede, foi construído um pequeno
porto e, por conta das inúmeras e frondosas laranjeiras à beira do rio,
moradores e viajantes começaram a identificar o local como porto das
laranjeiras.
A movimentação pelo Rio Cotinguiba era intenso e, logo, o
porto passou a ser parada obrigatória. Em torno dele o comércio ganhava espaço,
principalmente a troca de escravos, e as primeiras residências eram construídas.
Mas a partir de 1637, o pequeno povoado das Laranjeiras também sofreu com os
ataques e depois com o domínio holandês. Muitas casas foram destruídas, mas o
porto, um ponto estratégico, foi preservado. Só por volta de 1645 os holandeses
deixam Sergipe.
O porto das Laranjeiras fez retornar o progresso ao
povoado que se reerguia com grande velocidade depois da passagem dos
holandeses. Em 1701, os padres jesuítas construíram a primeira igreja com
convento. Ela ficava à margem esquerda do Riacho São Pedro, um pouco afastada
do porto. Eles procuravam sossego e deram nome ao lugar de Retiro. Os jesuítas
fizeram uma outra igreja num dos pontos mais altos do povoado. Em 1731, em cima
de uma colina, os padres ordenaram a construção da Igreja de Nossa Senhora da
Conceição da Comandaroba, uma verdadeira obra-prima da arquitetura colonial.
Imagem 5 –
Entrada, toda esculpida em pedra calcária, da Igreja Nossa Senhora da Conceição
da Comandaroba, a segunda mais antiga da cidade.
Fonte: acervo
particular.
Imagem 6 – Igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba.
Fonte: Grupo História de Sergipe, através do Facebook do Professor
Coordenador Antônio Lindvaldo.
Por conta da cana-de-açúcar, do coco, do gado, do comércio e, principalmente do porto, o povoado das Laranjeiras tinha conseguido um nível extraordinário de desenvolvimento. Até os moradores da sede da freguesia de Socorro, a quem Laranjeiras pertencia, semanalmente iam fazer feira nas Laranjeiras. Só em 7 de agosto de 1832, em decorrência da grande influência política dos proprietários de terras e comerciantes, a Assembléia Geral da Província toma uma decisão polêmica. Transforma o povoado em vila independente. E em vez de desmembrá-la da freguesia de Socorro, os deputados anexaram o território de Nossa Senhora do Socorro ao de Vila de Laranjeiras.
Imagem 7 – Ponte
Nova, sobre o Rio Cotinguiba.
Fonte: bolcidades.nafoto.net
Os socorrenses tentaram de todas as formas reagir, e em
19 de fevereiro de 1835, Socorro é transformado em vila, sendo suas terras
desmembradas das de Laranjeiras, que foi reduzida à Freguesia do Sagrado
Coração de Jesus das Laranjeiras. No entanto, esse retrocesso não impediu que o
progresso avançasse e é justamente nesse momento que Laranjeiras começa a atingir
seu mais alto grau de desenvolvimento. Em 6 de fevereiro daquele ano é
transformado em Distrito de Paz, e em 11 de agosto de 1841 Laranjeiras passa a
ser sede de comarca.”
Imagem 8 – Ponte
Nova, sobre o Rio Cotinguiba.
Fonte: acervo
particular.
Considerações
Finais
Através
do supracitado projeto, angariamos subsídios necessários para uma boa
compreensão de tudo que nos foi repassado através da aula prática ocorrida no
dia 27 de outubro deste ano, onde visitamos os locais que elevam destaque à
cidade, entre eles: os Trapiches, o Mercado Municipal (no contexto da produção
açucareira local), a arquitetura civil, religiosa e natural da cidade (suas
ruas, igrejas e casarios), requerendo ênfase, para o meu grupo, do Rio
Cotinguiba. Esta oportunidade aperfeiçoou o processo de ensino-aprendizagem,
ampliando nossos conhecimentos, auxiliando no desenvolvimento de um
posicionamento crítico diante das concepções históricas consagradas, ou seja,
aquela que nos foi/é contada, e da realidade sociocultural em questão.
Assim,
devemos considerar Laranjeiras como um importante núcleo de povoação de
Sergipe, centro da principal zona açucareira do Vale do Cotinguiba, entendendo
como se constituiu a sociedade canavieira da mesma. Infelizmente, deveras
adormecida política e socialmente, porém, ainda demonstrando as sombras do seu
resplendor ocorrido no final do século XVII e que perdurou por todo século XX.
“Pode-se bem compreender que o historiador tem necessidade de apelar para o concurso de diversas ciências. Sem a biologia, a antropologia, a geologia, a etnologia, a linguística e muitas outras ciências, a história a que fica reduzida?” (FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. Pág. 19)
Referências
Bibliográficas
FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. 2ª edição. Coleção Dimensões do Brasil. Editora Vozes. Aracaju. 1977
SOUSA,
Antônio Lindvaldo. Temas de
História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS/CESAD, 2010.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
IBGE - cidades@ - Histórico - LARANJEIRAS
(se).htm