Seguidores

domingo, 18 de novembro de 2012

Projeto Pedagógico - Visita monitorada à cidade de Laranjeiras - Juliane Lísias






PROJETO PEDAGÓGICO                               

                                                                                          

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE HISTÓRIA LICENCIATURA A DISTÂNCIA
VISITA MONITORADA À CIDADE DE LARANJEIRAS

Juliane Lísias de Andrade Amaral - 201020018659
Graduanda em Licenciatura em História/UFS/UAB


A Universidade Federal de Sergipe (UFS), ao ceder de forma legal trabalhos extras sala de aula aos coordenadores, nos permitiu, no dia 27 de outubro de 2012, a oportunidade de realizarmos uma visita à cidade de Laranjeiras, município de Sergipe, localizado a 18 km da capital Aracaju. Visita essa monitorada pelo coordenador da disciplina Temas de História de Sergipe II, o Professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, que, em consonância com as tutoras Andreza da Conceição Costa, Caroline Assunção e Rita Leoser da Silva Andrade, nos concedeu a oportunidade de alargamento do nosso conhecimento histórico e social da história do nosso povo, das nossas gerações pretéritas, gerando incentivo para a compreensão do papel da cidade de Laranjeiras enquanto núcleo de povoamento no período da colonização e processo de desenvolvimento da província de Sergipe na fase de produção do açúcar no século XIX. Tal projeto tem por título: Laranjeiras - núcleo de povoamento da região da Cotinguiba produtora da cana-de-açúcar. Participaram desta aula pública alunos dos polos de Arauá, Carira, Colônia Treze, Brejo Grande, Japaratuba, Porto da Folha, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Estância, Poço Verde, Areia Branca, Propriá, Laranjeiras e São Domingos.
 
Imagem 1 – Parte do grupo que participou, de maneira efetiva, desta aula pública.
Fonte: Grupo História de Sergipe, através do Facebook do Professor Coordenador Antônio Lindvaldo.

Pesquisa pública
Laranjeiras localiza-se a uma latitude10º48'23" sul e a uma  longitude 37º10'12"  oeste, estando a uma altitude de 9 metros. Sua população estimada, segundo o censo 2010, era de aproximadamente 29.000 habitantes. Possui uma área de 163,4 km². O mesmo município é um dos poucos onde ainda se pode ver a força da  arquitetura colonial. Ruas, casarios,  igrejas,  tudo respira a mais pura história. Laranjeiras já foi uma das mais importantes cidades sergipana. Berço da  cultura, educação, política e economia. Por pouco ela não se tornou capital do Estado.
A aula pública foi justamente para rememorar a importância desta cidade e de sua história, confrontando a Laranjeiras do auge da cana de açúcar, a Laranjeiras do anos 70 (onde ocorreu a primeira revitalização de peso, sendo esta concedida pelo ministro Jarbas Passarinho) e a Laranjeiras atual.
 
Imagem 2 – Mapa da cidade de Laranjeiras.
Fonte: Google mapas.
Iniciamos nossa aula com uma breve explanação dos principais apectos a serem discutidos no decorrer do dia. Fomos recepcionados pelo nosso Coordenador e tutoras (já citados), onde participamos de uma seleção de ênfase de área, ou seja, fomos divididos em grupo que se deslocariam até o local escolhido via sorteio, e que, de forma mais consisa, nos deteríamos a tal área. A cargo da sorte, ficamos incubidos de fazer menção ao rio Cotinguiba.
 
Imagem 3 – Da esquerda para a direita: início da aula nas escadarias da Igreja Matriz; Mercado Municipal; resquícios de um trapiche e o centro comercial da cidade.
Fonte: acervo particular.
 
Entedemos como estratégica as posições geográficas de cada igreja ou monumento na cidade. A Igreja do Retiro (1701), Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba (1731), Igreja de Nossa Senhora dos Homens Pardos, Igreja de São Benedito, Igreja Bom Jesus dos Navegantes, Igreja da Sant’Aninha (1875), Igreja Presbiteriana, a Ponte Nova ou qualquer outro monumento da mesma, compõem o lindo cenário que a fez ser reconhecida como a Atenas Sergipana. Diferentemente de São Cristõvão, que fica no alto, Laranjeiras foi nascendo às margens do rio Cotinguiba, determinando ter nascido para o comércio.
Rio Cotinguiba
As boas condições climáticas, o solo massapê e o rio Cotinguiba foram fatores determinantes para o auge da cidade de Laranjeiras. Podemos compará-lo a importância que teve o rio Nilo ao Egito, contudo, ainda que de forma distinta. Ele é um rio brasileiro que banha o Estado de Sergipe, nascendo na divisa dos municípios de Areia Branca e Laranjeiras, desembocando no  rio Sergipe, possuindo em torno de 50km de extensão.
 
Imagem 4 – Rio Cotinguiba
Fonte: acervo particular.
“Depois que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram as nações indígenas, por volta de 1530, muitos colonos acabaram se fixando às margens do rio Cotinguiba. Essas terras pertenciam à Freguesia de Socorro. Naquela região, mais ou menos uma légua da sede, foi construído um pequeno porto e, por conta das inúmeras e frondosas laranjeiras à beira do rio, moradores e viajantes começaram a identificar o local como porto das laranjeiras.
A movimentação pelo Rio Cotinguiba era intenso e, logo, o porto passou a ser parada obrigatória. Em torno dele o comércio ganhava espaço, principalmente a troca de escravos, e as primeiras residências eram construídas. Mas a partir de 1637, o pequeno povoado das Laranjeiras também sofreu com os ataques e depois com o domínio holandês. Muitas casas foram destruídas, mas o porto, um ponto estratégico, foi preservado. Só por volta de 1645 os holandeses deixam Sergipe.
O porto das Laranjeiras fez retornar o progresso ao povoado que se reerguia com grande velocidade depois da passagem dos holandeses. Em 1701, os padres jesuítas construíram a primeira igreja com convento. Ela ficava à margem esquerda do Riacho São Pedro, um pouco afastada do porto. Eles procuravam sossego e deram nome ao lugar de Retiro. Os jesuítas fizeram uma outra igreja num dos pontos mais altos do povoado. Em 1731, em cima de uma colina, os padres ordenaram a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba, uma verdadeira obra-prima da arquitetura colonial.
 
 
Imagem 5 – Entrada, toda esculpida em pedra calcária, da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba, a segunda mais antiga da cidade.
Fonte: acervo particular.
 
Imagem 6 – Igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba.
Fonte: Grupo História de Sergipe, através do Facebook do Professor Coordenador Antônio Lindvaldo.

Por conta da cana-de-açúcar, do coco, do gado, do comércio e, principalmente do porto, o povoado das Laranjeiras tinha conseguido um nível extraordinário de desenvolvimento. Até os moradores da sede da freguesia de Socorro, a quem Laranjeiras pertencia, semanalmente iam fazer feira nas Laranjeiras. Só em 7 de agosto de 1832, em decorrência da grande influência política dos proprietários de terras e comerciantes, a Assembléia Geral da Província toma uma decisão polêmica. Transforma o povoado em vila independente. E em vez de desmembrá-la da freguesia de Socorro, os deputados anexaram o território de Nossa Senhora do Socorro ao de Vila de Laranjeiras.
Imagem 7 – Ponte Nova, sobre o Rio Cotinguiba.
Fonte: bolcidades.nafoto.net
Os socorrenses tentaram de todas as formas reagir, e em 19 de fevereiro de 1835, Socorro é transformado em vila, sendo suas terras desmembradas das de Laranjeiras, que foi reduzida à Freguesia do Sagrado Coração de Jesus das Laranjeiras. No entanto, esse retrocesso não impediu que o progresso avançasse e é justamente nesse momento que Laranjeiras começa a atingir seu mais alto grau de desenvolvimento. Em 6 de fevereiro daquele ano é transformado em Distrito de Paz, e em 11 de agosto de 1841 Laranjeiras passa a ser sede de comarca.”
 
Imagem 8 – Ponte Nova, sobre o Rio Cotinguiba.
Fonte: acervo particular.

Considerações Finais
Através do supracitado projeto, angariamos subsídios necessários para uma boa compreensão de tudo que nos foi repassado através da aula prática ocorrida no dia 27 de outubro deste ano, onde visitamos os locais que elevam destaque à cidade, entre eles: os Trapiches, o Mercado Municipal (no contexto da produção açucareira local), a arquitetura civil, religiosa e natural da cidade (suas ruas, igrejas e casarios), requerendo ênfase, para o meu grupo, do Rio Cotinguiba. Esta oportunidade aperfeiçoou o processo de ensino-aprendizagem, ampliando nossos conhecimentos, auxiliando no desenvolvimento de um posicionamento crítico diante das concepções históricas consagradas, ou seja, aquela que nos foi/é contada, e da realidade sociocultural em questão.
Assim, devemos considerar Laranjeiras como um importante núcleo de povoação de Sergipe, centro da principal zona açucareira do Vale do Cotinguiba, entendendo como se constituiu a sociedade canavieira da mesma. Infelizmente, deveras adormecida política e socialmente, porém, ainda demonstrando as sombras do seu resplendor ocorrido no final do século XVII e que perdurou por todo século XX.

“Pode-se bem compreender que o historiador tem necessidade de apelar para o concurso de diversas ciências. Sem a biologia, a antropologia, a geologia, a etnologia, a linguística e muitas outras ciências, a história a que fica reduzida?” (FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. Pág. 19)


Referências Bibliográficas

FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. 2ª edição. Coleção Dimensões do Brasil. Editora Vozes. Aracaju. 1977
SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS/CESAD, 2010.
Wikipédia, a enciclopédia livre.
IBGE - cidades@ - Histórico - LARANJEIRAS (se).htm



Nenhum comentário:

Postar um comentário